domingo, 21 de agosto de 2011

Capítulo 18 - Seus olhos verdes

Ryan Star - Losing Your Memory

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Lembre-se do dia,
Porque isso é o que os sonhos deveriam sempre ser.
Eu só queria ficar,
Eu só queria manter esse sonho em mim.

(You’re losing your memory – Ryan Star)


Depois de darmos três voltas cavalgando Clara já estava quase dormindo em cima do seu cavalo, eu quase não notei o quanto já estava tarde e como ela deveria estar cansada. Nós voltamos ao meu quarto, e depois de um banho Clara dormiu como pedra, eu ainda estava inquieta, não conseguia pegar no sono, então fui dar uma volta pela mansão.

Fechei a porta do meu quarto e comecei a andar pelos corredores, a mansão estava quieta, sombriamente silenciosa, isso me incomodou um pouco, mas ainda preferia assim, pelo menos assim eu posso pensar, e ficar um pouco sozinha.

Algo em conhecer Lonrye mexeu comigo, eu não sei, estou me sentindo mais frágil, como se eu estivesse prendendo uma enxurrada de lágrimas dentro de mim e agora todas elas quisessem sair de uma vez só.
Fui para uma sacada que ficava na parte lateral da mansão, a vista para o carvalho de lá era linda.
Me encostei na sacada e fiquei observando o carvalho, a maneira como a luz da lua acentuava seus galhos, e o desenho dos seus galhos se desenvolvendo, se esticando como se pudessem tocar o céu.
Antes que eu pudesse perceber uma lágrima escorreu pelos meus olhos, eu a sequei rapidamente.
Nesse momento pude ouvir passos atrás de mim.
- Não consegue dormir? – Eu não precisava me virar para saber quem era eu reconheceria essa voz em qualquer lugar. Pedro.
Eu dei de ombros.
Pedro se aproximou e encostou na sacada ao meu lado.
- Posso lhe fazer companhia? – Ele me olhou. Eu virei o rosto e assenti.
- Como quiser. – minha voz saiu entre cortada.

Por um longo momento ficamos ali, no silencio, apenas olhando a lua, mas mesmo daquela distancia eu podia sentir o calor que emanava do corpo dele, como um imã tudo me atraindo para que eu tocasse, tive que me controlar, mas acredito que se eu me distraísse um minuto quando voltasse a mim provavelmente estaria nos braços dele.
Isso era o curioso, Pedro tinha esse poder sobre mim, só sua presença, seu olhar, me fazia perde o controle, esquecer tudo o que eu passei e só voar em seus braços e poder sentir seu corpo no meu, suas mãos nos meus cabelos, poder desenhar a linha do seu rosto com as minhas mãos, e sentir o seu hálito doce, mas as coisas tinham mudado entre nós e eu não posso mais deixar que as coisas voltem a ser como antes, onde ele me tinha mesmo não sabendo, Pedro me machucou da pior forma e ainda dói muito, não posso ceder a minha vontade, e também de que importa agora, ele está com a Emily.
Esse pensamento me fez abaixar a cabeça e soltar um suspiro.

- O que foi? – Perguntou Pedro vendo minha mudança de humor.
- Nada – consegui dizer finalmente – Estou apenas pensando.
Ele me observou
- Em que? – ele se virou de modo que ficasse encostado na sacada de frente para mim.
- Importa? – eu perguntei fria, ele desviou o olhar e depois me encarou de novo.
- Para mim sim – ele se virou e ficou com as costas encostada na sacada encarando a porta atrás de mim.
- Será Pedro? – bufei – Olha já ta tarde eu vou entrar, com licença.
Eu me virei para sair, mas ele segurou minha mão
- Não vai Catarina, por favor, só mais cinco minutos. – ele me olhou nos olhos, e eu não resisti ao seu toque, me vi chegando mais perto dele, a visão dos seus olhos se aproximando, agora eu já conseguia sentir seu hálito doce, pude sentir suas mãos indo até meus cabelos, tudo o que eu queria era estar aqui, com ele, agora, eu precisava desse beijo, como eu precisava de ar, por esse milésimo de segundo eu me senti feliz, nesse pequeno instante o buraco no meu peito foi curado, mas só nesse momento, porque assim como a felicidade veio com o seu toque, as memórias de seu beijo com a Emily vieram também, uma lágrima caiu, eu me afastei e me virei.
- Não Pedro – eu disse soltando minha mão da dele.
Eu sequei minhas lágrimas, suspirei e me virei.
- Por quê?- eu o encarei – Me diz Pedro? Para que fazer isso comigo? O que você ganha com isso? Você já tem a Emily não tem? Meu deus! – o “meu deus” saiu mais alto do que eu esperava.
Ele me olhou perplexo
- Emily? – ele chegou mais perto de mim – Eu não tenho a Emily, Catarina eu não tenho nada com ela, não é ela que eu quero e você sabe disso.
- Sim eu sei Pedro, você quer a Katherine, mas entenda de uma vez Pedro eu não sou ela, e nunca vou ser então para de me machucar Pedro.
Ele abaixou a cabeça.
- Katherine está morta Catarina, e você sabe muito bem que os sentimentos que eu sinto por você nada tem a ver com isso.
- Sei mesmo Pedro? Aliás, VOCÊ tem certeza disso?- bufei – É claro que não – um silencio percorreu a noite, e Pedro não disse nada só ficou me olhando nos olhos – Esqueça Pedro, eu vou dormir.
Eu me virei e voltei ao meu quarto.

Depois que cheguei ao meu quarto, deitei e peguei no sono mais rápido do que eu pensei que pegaria, ao acorda a manhã estava linda, ensolarada Clara me acordou me chamando para o café da manhã;
Quando estávamos comendo pude perceber Clara me encarando, ela sempre fazia isso quando sabia que tinha algo de errado e queria saber o que era.

- O que foi?- Eu perguntei fingindo não ter percebido.
- Eu é que pergunto “o que foi dessa vez Cat?” – ela me encarou, e antes que eu pudesse responder ela falou de novo – E nem ouse dizer que não foi nada, porque nada não causa olheiras e deixa nossos olhos vermelhos de tanto chorar.
Eu abaixei a cabeça. Clara me conhecia melhor que qualquer pessoa, não precisei falar nada, ela sabia o que era.

- É o Pedro não é? – ela bufou – Eu sabia que era, Catarina? Olha para mim!
Eu olhei.
- O que foi Cat?  O que aconteceu ontem? – ela parecia realmente preocupada, será que eu estava tão mal assim?
- Pedro e eu tivemos uma conversa – fiz uma pausa – O mesmo de sempre Clara ele disse que se importa eu disse que não, ele disse que não ta com a Emily, nós quase nos beijamos, e eu disse que não era a Katherine ele disse que queria a mim, eu disse que não e depois disso ele ficou calado e eu voltei pro quarto, ou seja, o mesmo de sempre o Pedro mexendo com os meus sentimentos, tirando todos os comandos do corpo do meu domínio, e depois me deixando no silencio.

Clara me encarou.
- Você ta bem Cat? – ela me encarou
- Não sei Clara, eu não sei de mais nada, eu não sei como eu me sinto, eu não sei o que eu quero, eu não sei o que fazer, eu só quero grita e depois gritar mais até que isso tudo passe.

Ela me olhou compreensiva
- Eu sei como é eu me senti assim com o Bruno namorado da “Lu estrangeira” lembra? – Eu não consegui prender o riso.
- Sério Clara? Você ta comparando a minha situação com você e o Bruno? – eu ri de novo – Clara vocês nem namoravam, vocês davam um amasso no carro dele entre os três primeiros tempos que era quando a “Lu estrangeira” estava na sala.  – nós rimos – Pelo menos agente achava que ela estava na sala, porque eu preciso te lembra o porquê do apelido dela de “estrangeira”?
- Ei Cat, não é assim também eu gostava dele e não sabia o que fazer, ele não prestava e a namorada dele era famosa por saber como fazer uma espanhola, é eu não me esqueci o motivo do seu apelido de “Estrangeira”, mas enfim o que eu quero dizer é que eu sei como é estar perdido por sentir, aquilo que você não quer, e não saber o que fazer, mas a melhor maneira de resolver isso é você decidir o que você quer.
Eu a encarei
- Como assim?
- Cat você quer o Pedro? Se você quer amiga não deixa o tempo passar luta por ele, porque você ta dando ele de bandeja pra “prima bitch” e ta perdendo toda a diversão. – ela sorriu maliciosamente e por um minuto eu pensei na possibilidade de levar esse conselho a sério, mas eu sabia que quando você ama esses joguinhos só serviam para te machucar.

- Não Clara, chega. – eu respirei fundo – Chega Clara, isso já está me machucando demais eu não quero entrar nisso para sofrer mais do que já estou, eles que fiquem juntos e longe de mim.
Clara pegou minha mão
- Eu entendo amiga, tudo bem.
- Agora vamos comer porque eu ainda tenho que ir ver a Hevi, e saber quando vai ser a aula de arco e flecha.
-Falando nisso, tem problema se você for sozinha? Eu queria arruma meu cabelo, tomar um banho mais demorado, enfim... 
- Ah! Tudo bem então, sem problemas eu não vou demorar, só cuidado Clara, você ouviu o que o Henrique disse, por mais que esteja claro, não se arrisque.
- Relaxa Cat, vampiro nenhum ia conseguir me matar, eu tenho meus meios de persuasão – ela me lançou um sorriso malicioso.
- É você pode se cuidar. – eu ri

Depois de comer, tomei um banho, me arrumei e fui atrás da Hevi, eu imaginei que ela deveria estar no escritório do meu pai ou pelo menos ele saberia me dizer onde, mas quando estava perto do escritório pude ouvir vozes altas lá dentro, como se estivessem discutindo.

2 comentários:

  1. aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaai õ/ meu Pedro ♥__♥

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  2. Karina-Cullen Salvatore23 de agosto de 2011 às 20:30

    Que fofo o Pedro ♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥...

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