segunda-feira, 4 de julho de 2011

Capítulo 6 - Caminhos Escuros

Evanescence - Good Enough

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Eu sentirei falta do inverno

Um mundo de coisas frágeis

Me procure em um bosque branco escondida em uma árvore oca (Venha me encontrar)

Eu sei que você me ouve, posso provar isso nas suas lágrimas
                                                                    Evanescence – My Last Breath  



Antes que eu me virasse para ir, Clara me puxou pelo braço
- Catarina você vai mesmo partir sem me conta o que está acontecendo? Você sabe que pode confiar em mim. – ela olhou no fundo dos meus olhos, e ela tinha razão.
- Clara o que você quer que eu diga? Eu não sei o que fazer, mas eu não posso continuar aqui, se eu ficar outros homens iguais aqueles vão voltar Clara e sinceramente eu não suportaria perder nenhum de vocês então, por favor. – eu estava exausta, eu não sabia mais o que pensar, e assim como eu estava por dentro, minha voz saiu como uma suplica.
- E o Pedro? O que ele é exatamente? Porque um humano não faria algo como ele fez.
- Ele é... - engoli em seco - Ele é um vampiro. – eu a encarei enquanto via sua expressão mudar de preocupação para espanto.
- Com... Como assim?
- Eu não sei Clara, eu só... – eu não consegui terminar, eu não poderia me despedir dela, eu não poderia ir embora e deixar minha mãe, minha irmã, mas eu precisava não podia colocá-las em perigo por minha causa. – Eu preciso ir Clara, eu te amo. – eu a beijei na testa.
- Cat espera.. – ela me deu seu cordão com um pingente em forma de lua – Toma, eu quero que você leve com você.
Eu coloquei o cordão
- Obrigada, e, por favor, Clara se cuida enquanto eu estiver fora ok?
- Pode deixar.
E nesse momento uma lágrima caiu dos olhos de nós duas.
Eu não podia mais adiar, eu tinha que ir.
“Eu te amo” eu sussurrei para ela.
E ela fechou seus olhos.

Deixei Clara em sua porta chorando, e sai o mais rápido que pude, eu não agüentaria mais aquilo, se continuasse ali eu desistiria de partir.
Fomos para minha casa, aquele nó na minha garganta, aquela dor no fundo do meu estômago, uma agonia por dentro, eu estava deixando tudo o que eu sempre conheci, tudo que sempre amei, será que um dia eu as veria de novo? Chorei em silêncio, só deixando com que as lágrimas caíssem, sem causar nenhum ruído, não queria falar sobre isso com Pedro, por mais que algo dentro de mim me dissesse que a única pessoa que poderia aliviar essa dor era ele.
Depois de um longo silêncio, Pedro o cortou
- Catarina está tudo bem? – ele me olhou, com um olhar preocupado
- Sim... Eu só... – limpei minhas lágrimas, não queria mais chorar, isso não adiantaria de nada, então sufoquei essa dor dentro de mim. – Eu estou bem.
Ele me olhou como se procurando a certeza dessas palavras.
- Vamos já estamos chegando.

Ao chegarmos a minha casa, Pedro me passou uma lista de instruções que iam desde arrumar minhas malas, aguarda por ele daqui a algumas horas e me manter sempre alerta.
- Tudo bem, a que horas você vai estar aqui?
- Poucas, então se apresse.

Eu entrei em casa e subi as escadas direto para o meu quarto, ainda bem que todos estavam dormindo eu não queria que a minha mãe me visse daquele jeito, eu só precisava de um longo banho quente para arrumar as idéias na minha cabeça.
Logo após arrumar minha mala, olhei pela a janela e já estava amanhecendo, logo o Pedro estaria aqui eu precisava me apressar, entrei no chuveiro abaixei minha cabeça e só deixei que a água caísse ainda tentando entender tudo que tinha acontecido nessas últimas horas.
Eu não sei para onde estava indo, mas eu já tinha decidido que eu iria, não poderia colocar mais ninguém em risco por minha causa.
 
Que outra estrada é essa
Que me nega o direito de sorrir?
A veemência dos caminhos me persegue
Mas eu devo acreditar no que o céu me diz
Autumnus

Ao sair do banho me vesti e pelos ruídos que vinham lá de baixo minha mãe já estava acordada preparando a mesa do café, quando terminei quase ao sair pela porta eu me virei e por aquele instante apenas eu observei meu quarto, minha vida, estaria ficando para trás agora.
Ao chegar à cozinha, pode sentir o cheiro do café, só minha mãe sabia como fazer o café exatamente do jeito que eu gosto, eu sentiria falta disso.
- Bom dia meu amor, a que horas você chegou essa noite?
- Não muito tarde, bom dia mãe.
- Aqui está seu café.
- E Aline onde está?
- Ela ainda está dormindo, teve febre essa noite então hoje eu decidi não levá-la ao colégio, e você tome logo seu café e suba para se aprontar se não vai se atrasar para a escola também.
- Tudo bem mãe
Mal sabia ele, que aqueles eram nossos últimos momentos.
E nesse momento a campainha tocou, então era isso era chegada a hora.
- Deixa que eu atendo mãe

Corri até a porta e como eu já esperava era Pedro.
- Bom dia Catarina, tudo pronto?
- Sim, mas o que você vai fazer?
- Apenas me apresentar... – quando ele disse isso minha mãe veio por trás de mim.
- Quem é Catarina?
- Bom dia, prazer eu sou Pedro um amigo de Catarina
- Bom dia, prazer eu sou a mãe dela, e o que lhe trás aqui tão cedo, vocês estudam juntos? – nesse momento ela transferiu seu olhar para mim.
- Na verdade eu não tenho muito tempo, eu só precisava falar com a senhora. – minha mãe o encarou curiosa
- Sim diga
Ele se aproximou e pegou em suas mãos, no início minha mãe o olhou espantada mais segundos depois, quando Pedro a olhou dentro dos olhos ela relaxou.
- Agora escute senhora, a Catarina fará uma viagem para se recuperar do acidente na casa de uma prima sua que você não tem contato há algum tempo, mas que confia inteiramente nela, Catarina estará segura.
- Sim Catarina estará segura
- Isso mesmo, não tem com o que se preocupar.

E nesse momento minha mãe se virou para mim
- Boa viagem minha filha, eu te amo.
Meus olhos se encheram de lágrimas, eu os fechei forte, fazendo com que todas elas escorressem pelo meu rosto, eu a abracei e sussurrei em seu ouvido uma canção de ninar que ela costumava cantar para mim quando eu era pequena e tinha medo de dormir sozinha

“Durma minha doce menina,
 Durma o sono mais profundo,
 E mergulhe nas águas mais profundas,
 E quando acorda eu estarei aqui em forma de
 Luz, acompanhada pelo sol, a te iluminar
 Minha doce menina...
 Minha doce criança...” 


E assim, me afastei e subi as escadas peguei minhas malas, e desci... Ao passar pela porta dei um último beijo em minha mãe e sai.
Sim, esse era o fim toda a minha vida tudo o que eu conhecia estava ficando para trás, perdido em um tempo e com uma Catarina que eu não tinha mais tanta certeza de que ainda existia.
- Para aonde vamos agora? – eu olhei para Pedro
- Para Londres – ele sorriu

2 comentários:

  1. Karina-Cullen Salvatore4 de julho de 2011 às 16:00

    Quero ler o próximo capitulo urgentemente!!!!!!!!!
    Ganhei de novo line. hahahahahahahahahahahahah!!!!

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  2. Karina-Cullen Salvatore7 de julho de 2011 às 13:12

    Juh posta logo o 7° capitulo

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