sexta-feira, 15 de julho de 2011

8° Capítulo – “Sangue corre por suas veias”

Cruel Black Dove _Love Song_

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Poderíamos fugir num carro roubado

Mas eu acho que não iríamos tão longe

Antes que a transformação comece

E que a sede de sangue se instale

E que desejos sejam satisfeitos

“Wolf Like me – TV on the Radio”



Eu fiquei por metade do vôo pensando no que Pedro me disse, e ele tinha razão meu pai governava uma ordem de vampiros, e vivia na velha Londres em uma mansão/castelo. Outra coisa estava começando a me preocupar, sabe aquela sensação quando você é criança e vai dormir fora pela primeira vez e fica se sentindo mal e pensando em quando vai voltar para casa, é eu estava sentindo essa sensação agora. E como na minha infância ela continua não sendo agradável. Pedro despertou com uma única frase uma série de perguntas que o medo, e a saudade por antecipação encobriu dentro de mim, e se eu não gostasse do meu pai? E se ele não fosse aquilo que eu esperava, quer dizer é óbvio que ele não era até porque quem espera um pai vampiro, mas o que eu quero dizer é... E se ele não gostar de mim? E se eu não for aquilo que ele esperava? Todas essas perguntas já estavam me causando uma dor de cabeça insuportável, então decide que eu ia deixar o tempo me dizer, o que quer que esteja me aguardando no futuro só o tempo irá me dizer, e até lá chega de perguntas, pelo menos as mais complicadas.

Eu me virei e no mesmo momento parei, percebi que Pedro tinha dormido e estava agora recaído sobre o meu ombro. A imagem dele dormindo era a coisa mais bela que eu já tinha visto, mas porque algo dentro de mim me dizia que aquilo já tinha acontecido, com Pedro era sempre assim, esses dejá-vus repentinos.
Tentei não pensar sobre isso, e só observá-lo.

Fiquei tanto tempo olhando para ele que antes que eu percebesse adormece.
Quando acordei minha cabeça estava explodindo, Pedro olhou para mim na mesma hora.
- Bom dia Catarina, pensei que não iria acorda mais, estava começando a me preocupar – ele riu
- É não será dessa vez que irá se livrar de mim tão fácil. – eu sorri
- E quem disse que eu quero? – ele me lançou um sorriso safado, e no mesmo instante aquele sorriso me despertou todos os meus sentidos em alerta e aquele – agora comum – arrepio viajando pelo meu corpo, pude sentir meu rosto corar e no mesmo instante mudei o assunto.
 – E ai? Onde estamos?
- Já estamos quase em Londres, faltam apenas alguns minutos para pousarmos, e ai dormiu bem?  - ele me olhou
- Sim – fechei e abri os olhos várias vezes aquela luz do avião incomodava demais. – Que horas são?
- São quarto e vinte, devemos estar pousando lá pelas cinco horas e chegaremos à ordem as seis bem ao anoitecer perfeito, assim poderá conhecer muitas pessoas.
- Que pessoas? Pedro olha, por favor... – Mas antes que eu pudesse concluir a frase ele me interrompeu.
- Calma Catarina, por hoje só desejo que você conheça sua família, e agora a noite é mais calmo, porque os outros saem então o castelo estará basicamente vazio.
- Isso deveria ser reconfortante? – eu o encarei
- Sim – ele riu – Pelo menos eu tentei.
- Ta, admito que deu um pouco certo mas... – Eu não sabia como dizer aquilo – Pedro você promete que não vai sair do meu lado quando eu chegar lá? – eu encarei, ele me olhou surpreso, mas logo seu olhar se desmanchou para um olhar fofo.
 - Claro Catarina, se você quiser não sairei do seu lado nem um segundo, só depois não reclame – ele sorriu
E quando ouvir essas palavras um alívio percorreu meu corpo, e devo ter deixado isso transparecer porque logo ele disse:
- Catarina, fica calma vai da tudo certo. – ele segurou uma das minhas mãos – Eu vou estar lá com você. – nesse momento uma lágrima ameaçou cair mais logo me virei, e puxei minha mão, eu não conseguia entender, essa ainda era a maior te todas as minhas perguntas, “porque o Pedro tinha essa influencia sobre mim?” Um só toque dele, e eu me curvaria até para a morte, isso não é normal, essa sensação de que tudo em relação a ele é tão profundo e devastador, eu tenho medo das proporções que isso pode tomar, sinto que já está indo longe demais, não sei mais se tenho controle sobre isso, não sei nem se um dia eu sequer tive.
- É... Obrigada Pedro – disse me virando
Ele me encarou
- Não tem de que.

O silêncio se estabeleceu, eu sei que ele não esperava que eu me virasse e puxasse minha mão das dele naquele momento, mas eu não sabia o que fazer, e aquela lágrima não podia ser vista, ele criaria conclusões erradas, quer dizer nem eu sabia o motivo certo, aliás, ultimamente eu não sabia mais de nada.
As horas se arrastaram do avião até o carro, quando estávamos virando algumas ruas e começando a nos afastar da movimentação, eu decidi quebrar o silêncio.
- Pedro. – eu o olhei
- Sim – ele disse sem me olhar
- Porque você está agindo assim? – acho que minha pergunta o surpreendeu porque no mesmo instante ele se virou para mim, com um olhar surpreso e confuso.
- Assim como? – ele ergueu uma sobrancelha
- Pedro pelo amor de deus, desde o avião quando eu... Desde o avião fico esse silêncio, o que foi? – eu o encarei.
- Desde avião quando você o que? – ele me encarou
- Quando eu... Quando eu me virei, Pedro eu só não entendo por quê? – minha voz saiu mais alta no por quê?
- O porquê de que?
- Porque você me deixa assim. – eu gritei e coloquei uma das mãos sobre a minha boca, como eu tinha dito aquilo, Deus eu não tinha mais controle nem das minhas palavras.
Ele me olhou surpreso, e ficou em silêncio só me olhando.
Aquele silêncio estava me matando.
- Fala alguma coisa Pedro, pelo amor de deus. – eu estava tão exausta, e acho que minha voz demonstrou isso, porque ela saiu roca.
- Eu... Eu não sei o que dizer. – ele gaguejou – O que você quis dizer com isso Catarina? – ele me olhou
- Esquece Pedro eu só estou cansada, por causa da viajem, e eu quis dizer o quanto você me deixa irritada com esse comportamento que varia com a lua. – tentei mudar o assunto.
Ele me olhou
- Me desculpe, estamos quase chegando você poderá descansar.
- Não se preocupe.

Eu fiquei me sentindo um lixo por dentro, como eu poderia ser tão covarde, porque eu não dizia logo para ele que eu... Eu o que? Nem eu mesma sabia o que eu sentia. Eu não queria mais pensar sobre isso.
Logo entramos em uma ruma de terra onde em volta só havia campos, e a frente eu pude ver uma mansão grande e com aparência antiga, exatamente como eu tinha imaginado, construída toda de pedra, mas a frente pude ver o portão se aproximando, era isso tínhamos chegado.

O portão era grande de ferro, e a mansão era cercada por muros altos de pedra, ao passarmos pelo portão pude ver um chafariz, e um caminho para a mansão o resto era pura grama bem cuidada, atrás do castelo eu começava a ver o que suspeitava ser uma floresta, e ao longe mais para a parte inferior ao castelo um pouco mais afastado a esquerda vi um carvalho que me chamou muita atenção à forma como ele se estendia como se pudesse tocar a lua.

Pedro parou o carro em frente à entrada da mansão. A entrada era suportada por uma coluna de pedras com alguns poucos degraus de escada, e em frente a uma porta alta de madeira. Saltamos do carro e fomos em direção a porta, antes que pudéssemos bater a porta se abriu sozinha e um homem apareceu atrás dela.
Ele era alto, forte, muito bonito também, mas tinha algo mal nos seus olhos, eles eram vermelhos e a luz reluziu o brilho dos seu cabelos loiros.
- Boa noite, Henrique disse que chegariam, ele me mandou para recebê-los e guiá-los até ele.
- Boa noite – Pedro pegou minha mão e me guiou para dentro – Onde está Henrique?
- Boa noite Pedro, mas que mau humor, não irá ser educado e me apresentar à bela senhorita que está com você? – ele me olhou com um olhar que me fez sentir nua, e com medo ao mesmo tempo.
- Não será necessário, nos leve até ele.
Pelo o que pude perceber a relação entre eles não era muito boa.
- Claro por aqui.
Ele se aproximou de mim sem que eu pudesse perceber e quando falou comigo eu quase dei um pulo.
- Prazer eu sou Flávio.
- Eu sou Catarina.
- Muito prazer Catarina – ele pronunciou o meu nome com um sotaque e bem devagar o me arrepiou e fez com que apertasse a mão de Pedro.
- Flávio, basta nos leve até Henrique.
- Claro Pedro, por aqui.

Andamos um correndo inteiro e subimos uma escada, ao virarmos a esquerda no fim do corredor pude ver uma porta alta e pesada de madeira, provavelmente era lá que meu pai estava.
Ao chegarmos na porta meu coração disparou, e Pedro ouvindo os meus batimentos apertou minha mão e disse em meu ouvido:
- Eu estou aqui lembra?
Nesse momento eu relaxei e apertei a mão dele de volta.
- Obrigada – eu sussurrei

Flávio abriu as portas e em pé no meio do salão eu vi um homem, alto, branco e tenho que admitir ele era jovem deveria ter cerca de quarenta anos e estava em boa forma, ele vestia um pálido preto elegante, tinha os olhos verdes como os meus e cabelos negros. Ele veio em minha direção.
- Bem vinda Catarina – ao ouvir sua voz um reconhecimento forte como uma pontada veio a mim, e mal consegui pronunciar as palavras.
- Obrigada – disse balbuciando, e acredito que o reconhecimento ficou claro em meu rosto, porque ele sorriu e disse:
- Obrigada por vir minha filha, não sabe quanto tempo eu esperei.

Um comentário:

  1. Karina-Cullen Salvatore15 de julho de 2011 às 17:18

    Quero ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
    Amiga vc tem que corrigir as seguintes palavras:
    quarto; adormece; fico;correndo. Ok amiga?????
    Posta logo o outro capitulo ta certo????????

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