terça-feira, 9 de agosto de 2011

Capítulo 17 - Lonrye

01 Muse - Supermassive Black Hole

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Você diz que eu estou bagunçando com a sua cabeça
                           ...
O amor machuca mesmo quando é certo ou errado

Não posso parar porque eu estou me divertindo muito
       (What the hell – Avril Lavigne)




Henrique se levantou e veio em nossa direção, agora não era só a mão de Clara que estava suando, eu também estava nervosa, e se Henrique não a deixasse ficar? Eu não conseguiria me despedir dela de novo.
Henrique se colocou a nossa frente e estendeu a mão na direção de Clara, como se em um comprimento, Clara deu sua mão e ele a beijou.

- Prazer, eu sou Henrique pai de Catarina. – ele disse sorrindo
- Prazer eu sou Clara, melhor amiga de Catarina – ela disse sorrindo de volta.
- Clara... Que nome adorável – Nesse momento Clara sorriu e relaxou, eu pude ver que a atitude de Henrique estava quebrando toda a tensão dentro do escritório.
Henrique andou até a janela e ficou de costa para nós.

- E no que posso ajudá-las? – ele disse olhando pela janela, mas pude ver que um sorriso brotou em seu rosto.
- Henrique, como você sabe Clara é humana e ela veio aqui atrás de mim, e eu sei que é perigoso, mas você poderia, por favor, deixá-la ficar? – eu disse com a voz baixa, como um suplico.
Ele se virou para mim.
- Eu posso ver que Clara é muito especial para você Catarina – ele caminhou até a minha frente.
- Sim ela é, ela é como uma irmã. – Clara sorriu e apertou minha mão delicadamente.
O silêncio se instalou no escritório enquanto Henrique estava olhando para o nada pensando na proposta que eu acabará de fazer.
Ele levantou seu rosto e me olhou
- Tudo bem Catarina, a Clara pode ficar, mas só porque eu sei o quanto ela é importante para você – ele fez uma pausa e eu sorri – E eu sei que vai ser bom para você tê-la aqui, vai te deixar mais confortável por assim dizer.
Clara me abraçou, e eu olhei para Henrique e falei sem voz “obrigado” e ele assentiu sorrindo de volta.
- Bom aproveitando que você está aqui Catarina eu precisava mesmo falar com você, o que você acha de ter aula de montaria de cavalos, e arco e flecha? – ele disse sorrindo, com muito entusiasmo.

Eu pensei por um minuto, seria ótimo, quer dizer eu sempre amei cavalos, e arco e flecha é incrível, é a modalidade que eu mais gostava de assistir nas olimpíadas, enfim eu ia adorar tirando o fato que eu provavelmente sou um desastre em ambos.

Eu sorri de volta
- Eu adoraria.
- Ótimo então está combinado, e você Clara? Gostaria de participar das aulas com a Catarina? Tem a aula de espadas, e agora mais essas duas aulas. – Henrique a observou.
Clara pensou por um minuto e depois respondeu

- Eu fico com a de montaria, as outras duas eu deixo para a Cat mesmo. – ela sorriu
- Você que sabe, fique a vontade – Henrique disse sorrindo e voltando para sua mesa – Agora eu só tenho que alertá-la sobre as regras, que não são muitas.
Se fez silêncio dentro do escritório.
- Catarina, pelo menos por agora não deixe Clara sozinha por esses corredores, mas fiquem tranqüilas, ninguém sequer tocará em você Clara, não precisa se preocupar, é mais para o caso de você se familiarizar com o local primeiro, não posso garantir que todos os moradores são tão hospitaleiros quanto Hevi e eu. – ele sorriu
- Tudo bem, obrigado Henrique. – eu sorri.
- E agora podem ir, eu pedirei a Hevi que busque vocês no quarto para a aula de montaria ainda hoje, e sinta-se em casa Clara, você é bem-vinda aqui – ele sorriu e voltou aos papeis em sua mesa.
- Obrigado – Clara disse indo para a porta.
- Obrigado Henrique – eu disse, e fui logo atrás de Clara.

Agora mais aliviadas sabendo que Clara poderia ficar, nós resolvemos dar uma volta no jardim, e conversarmos mais um pouco sobre o que tinha realmente acontecido nesses últimos dias.
Levei Clara até o carvalho que me encantou desde que cheguei aqui e demos uma volta mais próximas a floresta, depois disso fomos em direção a frente da mansão e nos sentamos nos degraus da entrada, admirando o chafariz lindo que tinha a nossa frente, e encerrando assuntos que ficaram em aberto durante o nosso passeio.
Antes que percebêssemos, já estava quase anoitecendo, o que significava que era melhor que fossemos para o meu quarto, Clara não estava familiarizada com sombras pretas passando de um lado para o outro como vultos por toda a mansão.
Clara quis passar pela parte de trás da mansão de novo, e não pude culpá-la era realmente lindo, a floresta o carvalho, as outras flores vivas que pareciam deslocadas em meio a toda aquela calma, eu sinceramente amava esse lugar especialmente a visão que se podia ter lá do carvalho, ela era capaz de me acalmar de tal forma, que eu conseguia ignorar todos os problemas.

Ao chegar na parte de trás da mansão eu pude ver Flávio de longe, e pela primeira vez meu coração acelerou, Flávio... Muita coisa tinha mudado entre nós desde a nossa primeira conversa, aqui mesmo nesse jardim, eu estava tentando evitar a pergunta “que sentimento é esse por Flávio?”, eu não sabia e sinceramente preferia continuar não sabendo, eu só quero manter do jeito que está se é que isso é possível, eu só... Eu não sei porque me sinto assim quando o vejo, mas não importa.
Expulsei aqueles pensamentos para longe, e acalmei meu coração.
Ao nos aproximarmos, pude ver que Clara percebeu a alteração que vê-lo ali causou em mim, e no mesmo momento vi um deslumbre do seu sorriso malicioso. Quando chegamos perto dele, ele sorriu para mim e veio em minha direção.

- Boa noite senhoritas – ele sorriu galante – Está tudo bem Catarina? – ele me olhou nos olhos. 

Meu deus, isso não podia estar acontecendo, eu não posso me sentir atraída assim por Flávio, a ponto de me arrepiar com o seu sorriso, ou reparar no brilho dos seus olhos, e por mais que não admitisse querer beijá-lo ali mesmo.
Clara interrompeu meus pensamentos.

- Boa noite, prazer sou Clara – ela sorriu e se virou para mim.
- Flávio essa é Clara, ela morava no Brasil junto comigo. – eu sorri
- Hum... Muito prazer Clara eu sou Flávio – ele sorriu e logo depois me olhou nos olhos – Boa noite Catarina - ele disse se virando de volta para o jardim onde estava, sorrindo maliciosamente.
Eu fingi não perceber.
- Hã... Flávio você viu a Hevi? Henrique disse que ela iria ao meu quarto, mas eu não estava lá.
- Hum... Só um instante – ele parou e fechou os olhos, como se pudesse sentir a noite e um segundo depois se virou e abriu os olhos – Ela está vindo para cá, passou em seu quarto e não a encontrou então seguiu seu cheiro.
Clara ergueu uma sobrancelha e me olhou
- Depois eu te explico.
Flávio riu.
- Clara, nós vampiros possuímos os sentidos um pouco mais aguçados, e cada um de vocês tem um cheiro específico que conseguimos diferenciar ao longo do tempo quando convivemos com vocês – ele sorriu
- Enfim, eles também tendem a ser muito convencidos, mas isso é um detalhe que deixamos de fora – eu sorri, e ele se virou para me olhar.
- Convencido? – ele fez uma pausa pensando – Acho que essa não é a palavra – ele sorriu maliciosamente.
Eu me virei, fugindo do seu olhar.
- Clara porque não vamos nos sentar ali? – Clara me olhou me questionando e sorrindo entendendo a cortada de assunto.
- Claro – ela sorriu maliciosamente e ficou me encarando, o que me fez corar.
Flávio ficou rindo atrás de nós, e voltou para agora o treino de espadas.

Nós fomos em direção aos degraus que davam para as portas da parte de trás da mansão, e ao nos sentarmos como eu já sabia, Clara começou a me perguntar o que foi aquilo, mas como fazíamos antigamente para que a mãe dela não entendesse voltamos a utilizar nosso código.

- Porque o peixe caiu da gaiola? – Clara disse me olhando maliciosamente .

O peixe caiu da gaiola significa “Meu deus o que foi aquilo?” ou “Me explica isso agora” – eu ri com esse pensamento- Muito tempo que não usávamos os códigos e sinceramente, ao ouvir Clara falar uma enxurrada de lembranças vieram a mim, e não pude conter o riso.
Pude ver de longe que o Flávio estava prestando atenção na conversa, porque logo que a Clara disse isso ele fez uma cara confusa, mas logo riu percebendo o que estávamos fazendo.

- Não, o Jô soares ainda não entrou – eu respondi, o que significa “Não, mais tarde eu te explico”
Clara riu
- Então você ainda lembra?
- Claro como poderia esquecer? Tia Lucia ficaria muito assustada sem nossa criatividade excessiva – eu ri, ti Lucia é a mãe de Clara, e com certeza se não usássemos o código provavelmente estaríamos de castigo até hoje.
- Com certeza – ela riu

- Boa noite meninas – nós nos viramos para trás e pude ver Hevi, ela veio em nossa direção. – E então? Prontas?
Eu assenti.
- Então sigam-me – ela sorriu e foi em direção a parte esquerda da mansão que agora eu percebi que nunca tinha ido.

Quando começamos a nos aproximar pude ver um estábulo, e ao longe um campo grande cercado por uma cerca pequena de madeira.
Ao entra no estábulo pude sentir o cheiro forte de couro e palha seca, e de longe vi três cavalos já selados. Quando estávamos passando dentro do estábulo indo em direção aos cavalos lá fora na direção do campo, passei por um cavalo que me chamou a atenção, eu parei e comecei a olhá-lo, ele estava em canto deitado.

- E esse aqui? – Eu perguntei a Hevi, e parece que ao ouvir minha voz ele se levantou e veio em minha direção cheirando minha mão e esfregando seu fusinho nela.
- Bom até hoje ele não deixou ser montado por ninguém, ele era da Katherine. 
Eu o observei e comecei a acariciá-lo

- Eu posso tentar? – eu perguntei, e Hevi me olhou insegura, mas depois assentiu
- Como quiser, mas cuidado.

Ela o soltou e o levou lá para fora para selá-lo. Depois de selado, Hevi o trouxe até mim e o parou na minha frente.
- Qual o nome dele Hevi?  - Eu perguntei acariciando sua crina.
- É Lonrye – Hevi sorriu – Venha vou te ajudar a montar.
Ela pegou na minha mão e me apoiou enquanto eu colocava meu pé no estribo para poder montar.
Ao subir em Lonrye, ele ficou tranqüilo, peguei suas rédeas e ele começou a caminhar lentamente em direção ao campo.
Hevi ajudou a Clara a montar e logo depois montou segurando as rédeas de seu cavalo e as do de Clara, logo se aproximaram de mim.

- Interessante Catarina, Lonrye nunca foi com ninguém, ele deve estar seguro pela aparência de vocês duas serem iguais, mas tenho certeza que assim que ele te conhecer ele vai te amar tanto quanto. – Hevi sorriu
As vezes Hevi sabia exatamente o que me dizer, eu achava isso incrível a forma como ela conseguia me tranqüilizar.

- Eu espero que sim Hevi – eu me abaixei um pouco e massageei seu pelo – Porque eu já me sinto feliz com ele. 


3 comentários:

  1. Aaaaaaaain Lonrye lindo, aaaaaaaaaaaaaawn *-* Que lindo, lindo, lindo!

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  2. Que saudades de ler! :(

    Fran.

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  3. Karina-Cullen Salvatore23 de agosto de 2011 às 20:13

    Que código doido é esse? Morri de rir kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk..........

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