sábado, 23 de julho de 2011

Capítulo 13 - Doce Nostalgia

Kings Of Leon- Use Somebody

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Como pode o único meio de você ver o quão bem você me faz
É ver o quão mal eu posso ficar
Só Deus sabe o quanto eu te amaria se você me deixasse
Mas eu não posso me entregar por inteiro
  (Heartbreak Warfare – John Mayer)


Nós andamos por todo o jardim da mansão, Flávio me falou sobre sua vida quando ele era pequeno, ele também era filho de um sangue puro, ou seja, ele nasceu meio vampiro, meio humano e se transformou totalmente em vampiro aos dezessete anos, ele me falou sobre os lugares que ele já foi, Los Angeles, Lisboa, Veneza, e muitos outros, nós conversamos por horas, e pela primeira vez eu vi Flávio como ele realmente era, ele era legal, educado, divertido, e não aquele cara ridículo e patético que eu pensei que fosse, e eu estava começando a gostar dele, essa noite ele tinha sido um ótimo amigo, e conseguiu me fazer esquecer por um tempo os problemas, mas agora ao voltar ao meu quarto Flávio se foi, e eu estou sozinha novamente, e os problemas e o vazio que o Pedro deixou começaram a me lembrar de tudo o que tinha acontecido hoje, e eu chorei me deitei e simplesmente chorei por um longo tempo até que dormir, como minha mãe dizia “não há nada que uma noite de sono não cure” eu espero que isso seja verdade.



Como Isabela havia me dito, minha mão amanheceu curada. Isabela... Ela ainda era de certa forma minha mãe, e eu não estava com raiva dela, eu estava apenas magoada, apenas triste por não ser a filha que ela realmente queria que estivesse aqui, triste por ela não me amar como ama a Katherine, enfim... Eu só queria que ela me amasse, Eu Catarina, mas isso é uma coisa que só pode acontecer com o tempo, até lá ainda vou ter que guarda minhas tristezas para mim.



Ao me levantar fui até o banheiro e tomei um longo banho quente, daqueles que faz você se esquecer até seu nome por horas, um longo e quente banho relaxante, ao sair do banho eu estava com as energias renovadas, mas ainda estava pensando em tudo o que tinha acontecido, o único pensamento que eu estava repelindo da minha cabeça era o pensamento chamado Pedro, eu não queria pensar sobre ele, ou tudo o que passamos, ou tudo o que dissemos, eu queria apenas esquecer, esquecer o beijo, os olhares, começar de novo como se fossemos apenas conhecidos. Depois de me vestir, alguém bateu na porta e eu implorei em silêncio para que não fosse o Pedro, atendendo as minhas preces quando a porta se abriu era a Isabela, mas ainda sim eu sabia que a presença dela ali significava que era vez de nós conversarmos.

- Oi Catarina, como passou a noite? – ela disse com um olhar inseguro, que sinceramente estava acabando comigo.

- Bem obrigada, e você Isabela? – eu disse me sentando na cama.

- Bem – nós ficamos em silêncio – Há, eu trouxe seu café da manhã - ela disse colocando uma bandeja em cima da mesa próxima ao meu notebook.

- Obrigada – eu disse me levantando e indo em direção a mesa, para falar a verdade eu estava com fome, esses dias eu devo ter tido umas duas refeições ou menos, essa é uma mania que se ganha por conviver com vampiros, você esquece de se alimentar.



Eu me sentei na mesa e comecei a comer o pãozinho e beber o suco de laranja que estava realmente delicioso, Isabela se sentou ao meu lado e abaixou à cabeça, eu poderia estar magoada com ela, mas não estava mais agüentando vê-la daquele jeito, por mais que eu estivesse triste eu ainda sentia que ela era minha mãe, eu não podia simplesmente desligar isso dentro de mim, e mesmo que eu não seja a Katherine, e ela não me ame da mesma forma de repente ela possa me amar de algum outro jeito.

Eu cortei o silêncio.

- Isabela? – ela olhou rapidamente para mim.

- Sim – seus olhos eram cheios de esperança, e isso foi o que faltava para que eu me ouvisse dizendo:

- Eu posso ter estado magoada, mas não quero que me trate assim.

Ela me olhou surpresa.

- Me desculpe Catarina é que eu apenas pensei que fosse cedo demais para... Para qualquer coisa depois de ontem. – ela disse abaixando a cabeça novamente.

- Isabela, eu sei e me perdoe, mas eu não sou a Katherine, deus sabe como eu queria ser, como eu queria ser a filha que vocês querem, mas eu não sou, eu sou apenas a Catarina então tudo bem se você não me amar do mesmo jeito, mas eu queria apenas que você... Eu não sei... – eu estava confusa e dizer aquilo em voz alta estava trazendo todas as lembranças e os vazios que estavam enraizados dentro de mim.

Uma lágrima desceu do olho dela, uma lágrima de sangue, e ela a limpou rapidamente

- Me desculpe eu não queria te assustar – ela disse se levantando e limpando as lágrimas que estavam para vir como se estivesse se recompondo.

- Tudo bem eu já me acostumei – eu sorri

- Catarina... – eu a olhei – Você acredita realmente que eu não te amo? Você é a coisa mais importante para mim, você pode não ter me visto, mas eu vi você cresce, eu estava lá, e eu amei a Katherine sim, mais do que tudo, mas eu também te amo Catarina você também é minha filha, vocês são uma pessoa só, só que diferentes vocês são como gêmeas, iguais mais com personalidades diferentes e eu sei disso, porque eu conheço você Catarina, então, por favor, nunca mais pense que eu ou o seu pai não te amamos, porque nós amamos, e muito.

Eu fiquei parada, eu não sabia o que dizer, eu estava feliz, mas também estava triste por ter pensado que eles não me amavam, e ainda sobrava aquela sombra que o vazio trás, aquela leve duvida de se eu não estava apenas imaginando isso tudo ou se ela estava apenas me dizendo isso por pena, entre todas essas opções eu só conseguia aceitar a de que ela estava dizendo a verdade, era a que me deixava mais feliz e a que me fazia querer viver.

- Obrigada – eu disse me levantando e a abraçando. – Eu te amo mãe.

Ela me abraçou;

- Eu também te amo filha. – nós ficamos nos olhando por um tempo – Agora vamos nos apressar, seu pai quer falar com você.

Eu parei por um momento, ela tinha me dito que ele me amava, mas ele não havia dito nada, ele nem ao menos veio me ver, e ontem quando ele estava aqui no quarto ele nem ao menos me olhou, e isso tudo me fazia pensar que ele simplesmente não me amava que ele pensou que eu poderia ser como a Katherine, mas que tinha se decepcionado.

- Tudo bem Isabela, mas o que ele quer?

Ela me encarou, como se percebesse que em relação a ele, o ressentimento e a insegurança ainda estavam me assolando.

- Ele quer apenas conversa com você Catarina. – eu fiquei em silencio e fui terminar de pentear meus cabelos, percebendo minha reação, ela veio atrás de mim pegou a escova da minha mão, puxou meus cabelos para trás e começou a penteá-los. – Henrique costuma ser o tipo de pessoa cabeça dura e teimosa assim como nós duas sabemos que você também costuma ser, ele apenas é mais fechado, mas isso não significa que ele não te ama, eu tenho vivido com ele por muito tempo para saber que eu nunca o vi tão preocupado ou admirado como ele se sente em relação a você, então dê uma chance para ele, não pense que ele não te ama, porque você vai mentir para si mesma, ele ama você, ele só não demonstra isso da mesma forma.

Nós ficamos em silêncio, ela penteou meus cabelos e então saímos.



Ao chegar ao escritório, Henrique estava sentado na sua mesa como sempre, e pediu que eu me sentasse.

- Obrigada por vir Catarina, como passou a noite? – ele disse sorrindo.

- Muito bem obrigada, e você? – eu disse fria e abaixei minha cabeça.

- Bem também – ele disse sem graça – Isabela, você poderia nos dar licença? Eu queria ter uma conversa com Catarina a sós.

Isabela assentiu e saiu. Quando ela saiu o silêncio se instalou na sala, Henrique foi o primeiro a falar.

- Catarina, eu sei que você está magoada, eu vejo isso em seus olhos, e sei que ontem eu não fui o que mais esteve ao seu lado por mais que eu quisesse, é que eu apenas queria te dar espaço, queria que você entendesse por si mesma que eu e a sua mãe te amamos Catarina, mas também eu não quero que pense que você não é a Katherine, porque você é, e você tem que aceitar isso, mas a situação é que você também a Catarina, com sua personalidade única, e seus medos, e suas inseguranças, eu sei que isso pode ser confuso, mas eu só quero que você entenda é que você é as duas ao mesmo tempo, porque você foi a Katherine ela faz parte de você, mas não é quem você é agora.

Eu o encarei

- Obrigada – eu fiz uma pausa e levantei meu rosto para poder olhá-lo – Eu sinceramente sinto como se vocês fossem meus pais, e isso pode até ser alguma coisa relacionada à Katherine, mas é como eu me sinto, eu Catarina, e eu só espero que vocês possam gostar de mim tanto quanto vocês gostavam dela.

- Nós já gostamos Catarina, nós amamos você, é isso que eu quero que você entenda você é minha filha, você Catarina, e eu nunca vou desejar que você seja nada além do que você já é.

Eu o olhei nos olhos.

- Eu também te amo pai. – nesse momento ele se levantou veio até mim, me abraçou e sussurrou no meu ouvido.

- Obrigada.

Ficamos abraçados por um tempo até que eu sai, e ele pegou minha mão.

- Bom você está bem para um treino de espadas? – eu o encarei, e ele sorriu – Claro dessa vez sem nenhum dano físico nem de qualquer tipo.

Eu ri

- Sendo assim, claro porque não?



Nós nos dirigimos a aquela espécie de arena que tinha na parte de trás da Mansão, e Flávio estava nos esperando, mas dessa vez não tinha nenhum vampiro além dele.

- Bom dia Catarina. – ele disse sorrindo. – Bom dia Henrique.

- Bom dia Flávio, Catarina veio ter aulas de espadas, por mais que eu pense que ela não precise devido aos acontecimentos – Henrique sorriu.

- Você tem razão, deveria ficar orgulhoso Henrique sua filha é a única em toda a ordem que consegue me vencer com as espadas – ele sorriu e me olhou nos olhos, nesse momento um arrepio involuntário correu pelo meu corpo.

- Tudo bem vocês estão exagerando, eu posso apenas ter ganhado aquela disputa por sorte, mas isso não importa de qualquer modo eu vim ter aulas certo? – eu disse cortando todo a conversa sobre meu desempenho na última luta.

- Tudo bem, então vamos as aulas – Flávio pegou as espadas e parou a minha frente com a sua velocidade que agora já se tornará comum para mim, eu peguei a espada e me posicionei.

- Tudo bem, eu vou indo, qualquer coisa estou em meu escritório, e eu espero não ter que ver mais nenhuma parte de Catarina com algum arranhão, entendeu Flávio? Isso é apenas uma aula. – Henrique lhe mandou um olhar duro.

- Claro Henrique.



Henrique se virou e sumiu e como os outros em um piscar de olhos era apenas um vento.

- Catarina me desculpe pela mão, não era minha intenção te machucar eu apenas estava digamos que irritado. – ele sorriu

- Tudo bem, me desculpe enfiar uma espada no seu estômago, eu estava irritada. – eu ergui uma sobrancelha questionando a mim mesma.

- O que foi? – Flávio disse rindo da minha expressão

Eu ri

- Eu não sei, eu apenas nunca pensei que fosse dizer algo do tipo para alguém - nós rimos.

- É realmente não é algo muito comum de se dizer – Flávio se posicionou. – Então vamos começar?

- Claro – eu disse me posicionando.



Nós começamos a lutar, mas dessa vez foi divertido, nós riamos mais do que trocávamos olhares cobertos de ódio como da última vez, não existia mais competição éramos apenas nós mesmos, lutando com espadas e como antes a adrenalina da luta era uma sensação ótima, mas agora era bem melhor sem todo aquele sentimento pesado, no final com Flávio fazendo caras e sons de homens primatas, eu tive um ataque de riso e ele conseguiu me pegar por trás e enfiou sua espada entre meu estômago e meu braço simulando como se tivesse me acertado, nesse momento um calor percorreu meu corpo, o toque de Flávio agora estava diferente ele era calmo, delicado, mas ao mesmo tempo era forte e quente, nós paramos de rir e ele me virou, ficamos nos olhando por um tempo, até que uma sensação ruim passou pelo meu corpo e eu me virei, de longe pude ver Pedro sendo puxado por uma menina que deveria ter a minha idade ou um pouco mais, ela era um pouco mais alta, e tinha cabelos ruivos, seus olhos eram negros, e ela era branca como a neve.

Ao chegarem mais perto, pude ouvir Flávio falando atrás de mim.

- Isso vai ser divertido.

Eu me virei para olhá-lo sem entender o porquê, mas logo me virei quando eles chegaram.

- Oi Catarina – Pedro disse me olhando nos olhos, mas logo a menina que estava ao seu lado puxou seu braço como se para despertá-lo – Essa daqui é sua prima, Emily.

Eu a encarei.

- Prima? Mas eu não me lembro de Joseph ter me dito nada sobre uma filha... – eu olhei para Flávio ele estava prendendo o riso.

- É porque eu não sou filha de Joseph.

Eu me virei nesse momento e a encarei espantada.

- Se você não é filha de Joseph então você... Como você pode vir aqui? – eu disse com desdém na voz.

Ela levantou a cabeça como se fosse superior

- Eu também faço parte da ordem, não tenho nada haver com a luta de nossos pais. – eu a encarei e nesse momento um flash de lembrança passou rápido em minha cabeça como uma dor aguda na minha cabeça eu me abaixei com a intensidade da dor, eu não conseguia ver muita coisa só pude ouvir minha voz em uma língua que eu não reconhecia e uma floresta e então eu voltei como de um susto, Flávio estava me apoiando para ficar de pé, eu olhei em volta e todos me observavam preocupados e espantados.

- Está tudo bem eu só... Não é nada. – eu a encarei e nesse momento um reconhecimento me veio, ao ver meu rosto ela deve ter percebido e nesse momento se encolheu.

- Que bom que está bem Catarina – ela disse sorrindo sendo simpática, mas eu sabia com todas as minhas forças, ela não era confiável.




2 comentários:

  1. Karina-Cullen Salvatore24 de julho de 2011 às 17:14

    Então temos uma bitch na história.
    Posto logo o outro Juh!!!!!!!!!!!!!!!

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  2. Amaaaando;

    Quero mais e mais e mais.

    \Fran

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